segunda-feira

À trois

Nessa dança lenta de corpos, onde nenhum contexto propício se pode encaixar, não são necessárias explicações do porquê continuamos de pé. Seria muita audácia deitar nessa cama para três? Nessa noite que cai, nesse quarto que incendeia, feche os ávidos olhos e siga o som da minha voz. "Vamos falar sobre sexo?". Continuamos de pé em meio à tantos pecados que desconhecemos, continuamos de pé em meio à tantos desejos que contemos, e assim a dança continua, lenta e adstringente até as pernas ficarem cansadas, até os braços ficarem dormentes. Me diga, meu bem, que mal há em deitar nessa cama para três? Eu, você e a nossa virgindade. Não precisamos dormir.

Um comentário: